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Copaíba: Indicações e Propriedades
Escrito por: Gilberto Coutinho
É terapeuta naturopata com formação em Medicina Tradicional Indiana
Copaíba - Conhecida como "O Bálsamo da Amazônia"
Indicações: nas infecções e inflamações em geral; anti-séptico e cicatrizante, podendo ser empregado em feridas, eczemas, psoríase, urticária,
furúnculos, nas seborréias e irritações do couro cabeludo; doenças das
vias respiratórias, como tosse, gripe, resfriados, bronquite e
inflamação da garganta; disenteria; depurativo do sangue; incontinência
urinária; corrimento vaginal
Encontrada
na floresta Amazônica e em outras regiões do Brasil, como Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Paraná e nas
partes mais úmidas do Nordeste, a copaíba (Copaifera sp) ou Copaibeira,
pertencente à família da Leguminosae-Caesalpinioideae
(leguminosas-cesalpináceas), é uma árvore muito frondosa, com folhagem
densa, de grande porte e de madeira avermelhada, também encontrada na
África tropical, Antilhas, Colômbia, Guianas, México e Venezuela.
Quando
adulta, a copaíba pode atingir de 10 a 40 metros de altura. Suas
sementes são propagadas na floresta por diversos pássaros e animais que
as utilizam como alimento. Na mata, é facilmente encontrada devido ao
forte aroma que se desprende de sua casca. Embora existam várias
espécies do gênero copaíba, usadas para a extração do óleo, todas
apresentam a mesma indicação medicinal. As espécies mais conhecidas são:
Copaifera langsdorffii (região amazônica), Copaifera reticulata (região
amazônica), Copaifera officinalis (a mais estudada, encontrada no
México, Antilhas, África tropical e no Brasil), Copaifera guianensis
(Paraná), Copaifera oblongifolia, Copaifera nítida (em Cuiabá e Minas
Gerais), Copaifera coriacea (São Paulo) e Copaifera luetzelburgia.
Extraído por meio de uma incisão no tronco, o bálsamo da copaíba,
popularmente conhecido como óleo, já era bastante conhecido e utilizado
medicinalmente pelos índios brasileiros, quando os portugueses aqui
chegaram; depois, foi também utilizado pelos jesuítas. O bálsamo
é uma secreção vegetal complexa, com odor aromático característico,
rica em diversos princípios ativos e produzidos por várias espécies
vegetais. Durante sua formação, o bálsamo é acumulado em cavidades do
tronco e, através de furos, é extraído artesanalmente, apenas uma vez ao
ano, com auxílio de tubos ou canaletas. Acredita-se que o uso
terapêutico desse óleo pelos indígenas tenha-se baseado na observação do
comportamento de certos animais que, quando feridos ou picados por
insetos e bichos peçonhentos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras.
O óleo, de sabor amargo, depois de filtrado, apresenta uma
consistência oleosa e tonalidades que variam da cor amarelo-pálida a
pardo-esverdeada, às vezes com ligeira fluorescência. Os diversos tipos
de óleos da copaíba podem apresentar diferentes características: branco
aquoso, amarelo e de cor escura e mais consistente do que outros. A
quantidade de óleo produzida e a sua consistência dependem de fatores
como clima, solo, idade da árvore, estado de saúde do tronco e modo de
explorar a árvore.
O
óleo da copaíba já era bastante conhecido e utilizado terapeuticamente
pelos índios brasileiros, quando os portugueses aqui chegaram
Desde
o período pré-colombiano, os índios brasileiros têm empregado,
externamente, o óleo de copaíba (Do tupi guarani kupaiwa) no combate
das doenças de pele e no tratamento de picadas de insetos.
Tradicionalmente, os índios da Amazônia utilizavam o óleo da copaíba
para curar ferimentos; eles o aplicavam no umbigo dos recém-nascidos
para combater o mal dos sete dias e untavam os seus corpos com ele após
os combates.
Os
índios, quando se feriam ou retornavam das lutas, untavam seus corpos
com o óleo da copaíba e se deitavam sobre esteiras suspensas e aquecidas
para se recuperarem e curarem seus ferimentos. Já os colonos
descobriram outras aplicações terapêuticas, empregando-o como
anti-séptico das vias urinárias e respiratórias, no combate da asma
brônquica, na prevenção e no combate do tétano e nas afecções da pele
(doenças da pele: dermatoses), como a psoríase.
Posteriormente,
com a introdução do óleo de copaíba nas farmacopéias (compilações
contendo a nomenclatura das drogas, dos fitoterápicos, dos remédios
simples e compostos e de artigos farmacêuticos) como remédio
antiblenorrágico (combate a blenorragia, doença contagiosa,
habitualmente transmitida pelo contato sexual, caracterizada por uma
inflamação das vias geniturinárias, seguida de corrimento purulento e
dores durante a micção), sua aplicabilidade se generalizou na medicina
popular e passou a ser usado como cicatrizante e antiinflamatório local;
e, internamente, como diurético, expectorante e antimicrobiano das
afecções da garganta e das vias urinárias. Em 1677, o óleo de copaíba já
tinha sido registrado na farmacopéia britânica e, em 1820, na
farmacopéia americana. A primeira farmacopéia brasileira foi
oficializada em 1926.
Diversos
de seus componentes apresentam atividade farmacológica cientificamente
comprovada, entre os quais se destacam o beta-cariofileno, que possui
ação antiinflamatória e protetora da mucosa gástrica. Observação: Os
óleos de copaíba vêm sendo vendidos em muitas farmácias adulterados com
outros óleos vegetais, o que contribui para diminuir a sua eficácia
terapêutica. Ao adquirir o produto, certifique-se que o óleo de copaíba
comercializado é puro e integral. Deve-se combater a automedicação e
somente fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a
prescrição terapêuticas.
Embora se diferenciem na morfologia, as diferentes espécies de copaíba apresentam aplicação medicinal semelhante.
Constituintes
Porção resinosa (55 a 60%): ácido diterpênicos, ácido copaíbico, ésteres e resinóides.
Porção volátil de resina (40 a 55%): óleo essenciado que contém
Beta-cariofileno (50-52%), Alfa-humuleno, Beta-bisaboleno e menores
quantidades de outros oito sesquiterpenos.
Propriedades farmacológicas
Estudos recentes têm demonstrado que a eficiência terapêutica do óleo integral é maior
do
que as de quaisquer outras partes isoladas da copaibeira. Pesquisas in
vivo e in vitro têm demonstrado que os óleos de várias espécies de
copaíbas apresentam diversas propriedades terapêuticas.
anti-inflamatória e antibiótica natural.
Poderoso antimicósico (que destrói os fungos microscópicos ou impedem seu crescimento).
Excelente depurativo do sangue e desintoxicante orgânico.
Restabelece as funções das membranas das mucosas, o que auxilia no processo de cicatrização.
Antiedematoso (que combate edema).
Antitumoral.
Anticancerígena. Segundo os estudos realizados pelos pesquisadores do
Instituto de Química e do Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e
Agrícolas da Unicamp, o óleo de copaíba apresenta componentes que podem
combater nove linhagens de câncer; inclusive células cancerígenas de
ovário, próstata, rins, cólon, pulmões, mamas, melanoma e leucemia.
Fonte: Jonal da Unicamp Edição 213 19 a 25 de maio de 2003.
Tripanossomicida e bactericida.
Em pequenas doses, estimula o apetite, pois apresenta ação direta sobre o estômago.
Apresenta propriedades anti-sépticas, tanto tópica quanto internamente, atuando sobre as vias respiratórias e urinárias.
O óleo essencial é um excelente fixador de perfumes.
Ação
Anti-séptica (inibe e combate a ação dos microrganismos infectantes) e cicatrizante.
No ensaio de atividade antimicrobiana, o óleo integral de copaíba,
mostrou-se ativo contra Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e
Echerichia coli.
Carminativa (combate o desenvolvimento dos gases no estômago e intestino).
Expectorante (facilita a saída das secreções purulentas das vias respiratórias).
Diurética (favorece a secreção urinária; diurese).
Laxativa.
Estimulante e tônica.
Emoliente (efeito calmante sobre a pele e as mucosas inflamadas,
combatendo o ressecamento dos tecidos, conferindo-lhes maciez).
Indicações (Uso Adulto e Pediátrico)
Nas infecções e inflamações em geral.
Anti-séptico e cicatrizante, podendo ser empregado em feridas, eczemas,
psoríase, urticária, furúnculos, nas seborréias e irritações do couro
cabeludo.
Afecções das vias respiratórias, como tosse, gripe, resfriados, bronquite e inflamação da garganta.
Disenteria (infecção intestinal, sobretudo do intestino grosso, que se
manifesta por dores abdominais, tenesmo (contratura espasmódica dolorosa
do esfíncter anal ou vesical, acompanhada pela sensação penosa e desejo
muito forte e contínuo de evacuar ou de urinar) e uma diarreia grave
com presença de sangue, pus e muco; pode ser causada por várias espécies
de bacilos disentéricos Shigella e amebas).
Como depurativo do sangue e na desintoxicação orgânica.
Incontinência urinária, infecções urinárias e cistite (inflamação aguda ou crônica da bexiga).
Leucorreia (corrimento esbranquiçado pela vagina; podendo ser causado por uma infecção bacteriana ou por tricomonas).
Contra-indicações
Gestação, lactação e pessoas com problemas gástricos. Não aplicar nos olhos e queimaduras.
Efeitos Colaterais
Não os apresenta nas doses terapêuticas recomendadas.
Superdosagem
Pode provocar vômitos, náuseas, diarréias com cólicas e, em certas
partes do corpo, um exantema. Caso esses sintomas ocorram, descontinuar o
uso e procurar auxílio terapêutico.
Precauções
Em caso de hipersensibilidade ao produto, descontinuar o uso.
Interações
Na literatura, não existem registros de quaisquer interações com medicamentos e alimentos.
Duração da administração